sábado, 29 de março de 2014

Parto: o ritual de passagem.

Eu digo que o parto é um ritual de passagem porque é o momento em que tudo muda na sua vida. Até então você podia ser irresponsável, você era apenas uma criança, você era a filha. A partir do parto, você se torna a mãe, você tem uma grande e importante responsabilidade que é a vida do seu bebê e será assim por, pelo menos, os próximos 18 anos.

Muitas mulheres morrem de medo do parto, se esquecem que o nosso corpo é feito para isso e que as mulheres parem a milhares de anos (outro dia farei um post especialmente para discutir o assunto parto natural versus cesária). Então hoje vou contar como foi o meu parto:

Fazia mais de uma semana que eu sentia umas dores, parecida com dor de cólica menstrual. Geralmente dava a noite, ficava doendo uns 10 ou 15 minutos e passava. A ansiedade era muito grande pois tinha me dito que ela nasceria lá pelo dia 15 e era 22 e nada...

A cada dia as dores ficavam mais fortes. Eu já não dormia mais. Dia 23, pela manhã, eu fui para o hospital (pela terceira vez) e estava com um dedo de dilatação. Me mandaram pra casa.
Passei o dia com dores, mas a dor dava e passava. De tardezinha, a dor começou a ficar mais intensa, e lá pelas 19 horas eu, meu marido e meu cachorro fomos dar uma volta na quadra pra ver se ajudava a aliviar... A cada 5 passos eu parava e me abaixava de dor.

Chegando em casa, tomei um banho, peguei as malas e fomos para a maternidade. Me examinaram e eu ainda estava só com um dedo de dilatação, mas já estava com contrações regulares.

Me colocaram em um quarto com aquelas bolas de pillates, e as dores foram aumentando e não adiantava sentar na bola, não adiantava tomar banho de água quente, não adiantava ficar de cócoras, não tinha posição que aliviasse. É uma dor como se tivesse rasgando tudo por dentro, na parte de baixo da barriga. Eu gritava de dor. Gritei mesmo! Mas a dor vinha em ondas, começava fraquinha, chegava ao ápice e ia diminuindo, dali a uns minutinhos voltava. E assim foi a noite toda.

Às 6h30min da manhã, eu estava com 8 dedos de dilatação (para parir, tem que ter pelo menos 10), daí o médico disse que ia romper minha bolsa pra acelerar o parto. Tudo bem, hoje eu acho que eu devia ter esperado, mas na hora eu estava exausta e não aguentava mais sentir aquela dor. Eu perguntei se ia doer e ele disse que não, e, realmente, não doeu.

Quando saiu todo o líquido amniótico eu fui pra sala de parto. Eu gostei da sala de parto porque ela não era toda iluminada, parecia que aquela pouca luz tornava o lugar aconchegante.

Sei lá quanto tempo fiz força, a cada contração, até quase desmaiar. Eu não tinha mais forças. A Á. já estava com a cabecinha no canal de parto, já dava pra ver o cabelinho, mas não saía... Então o médico fez uma episiotomia (um corte na vulva para abrir espaço para o bebê sair) e como eu quase não tinha mais forças, ele empurrou minha barriga.

Foram duas dores, dois gritos que saíram da alma: um quando saiu a cabeça e outro quando saiu o corpinho. Pronto, passou. Não sentia mais dor nenhuma, só felicidade!

Daí eles colocaram ela encima da minha barriga enquanto cortavam o cordão umbilical e eu olhava aquela bebezinha perfeita, o rostinho, as mãozinhas, tudo perfeito.

Levaram ela pra pesar, medir, pingar o nitrato de prata e me devolveram (não deu nem 5 minutos), toda suja, enrolada nuns panos, e ela já começou a mamar com uma vontade!

Ela nasceu às 7h04min de 24/10. Só deram banho nela depois de 6 horas de vida. Eu fiquei super feliz, tinha medo que só fosse ficar com ela depois de um tempão (como fazem em muitos hospitais, onde só mostram o bebê pra mãe e levam pra dar banho, e só depois de meia hora é que finalmente a mãe pode amamentar e namorar sua cria), mas não, eu pude ficar com ela desde o primeiro momento. O meu marido ficou o tempo todo comigo, desde a internação até o nascimento. Foi tudo mágico. Eu senti muita dor, mas se eu tiver mais um filho, quero ter de parto natural denovo. Foi muito bom. Foi a melhor experiência da minha vida até hoje.

E como foi o seu parto? Você gostou? Comente, contando a sua experiência!

Beijos, Mamãe Gabriele.

6 comentários:

  1. Aii que lindo! E mágico também... Quando eu tiver o meu venho contar :)

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  2. Tanara Lais Ender Nazari29 de março de 2014 às 23:19

    Ser mãe é um momento mágico, talvez uma das melhores passagem da vida de uma mulher.
    Você tem uma expequitativa enorme desde do momento que descobre que esta grávida ate o momento que dará a luz.
    Eu tive uma gravidez muito complicada, meu bebê tinha problemas genéticos ele tinha problemas sérios em um dos rins
    O médico havia dito a mim que ele não sobreviveria, só que eu não parei por ai lutei até o máximo das minhas forças e de minha fé. Fiz tratamentos em cima de tratamentos para salvae a vida daquela pessoinha que eu nem conhecia, mais que eu amava com todo o amor de meu coração
    Passou-se os meses e conseguimos chegar a 39 semanas de gestação.
    Meu anjo nasceria entre o dia 23 ao dia 28.
    Comecei a sentir dores 8 dias antes desse prazo, eram dores estontiantes
    Cólicas intermináveis, porem fui a maternidade por três vezes e na sexta feira eu tinha 6 dedos de dilatação.
    fiquei na sala de parto onde as dores aumentavam a cada minuto mais e mais forte.
    Eu preocupada com a saúde do meu filho, lembro-me de está nua no banheiro da maternidade e pedindo a DEUS que me levasse se fosse preciso mais que ele resistisse e que consequisse respirar sozinho ao separar-se de mim.
    Tentaram que eu o tivesse de forma natural mais devido ao seu problema de saúde não foi possível pois meu pequeno anjo ja não tinha mais força para nascer de parto normal.
    Foi então que tomei a raquidiana na coluna vertebral, ador era tão grande a preocupação maior ainda que só senti um forte choque onde adormeceu meu corpo por inteiro. Enquanto era feito um corte em minha barriga eu me lembro que eu tremia excessivamente em cima daquela maca acompanhada de uma náusea.
    Lembro-me de um grande relógio em frente a maca e dos médicos e enfermeiros olhando com um olhar distante e a medica me falando ele nasceu mais nasceu tão fraquinho.
    Porem entrei em desespero e comecei a ter sessões de vômitos.
    Eu nao vi meu filho e nem seu choro
    E ninguém me falava nada minha vontade era sair correndo daquela maca mesmi com a barriga aberta.
    Porém depois de quase uma hora pude ve-lo.
    Ele era tão frágil cabia em mim mão
    Ele faria exames e estava com sondas pois nao fazia xixi.
    a lado do nosso filho eu e o pai dele estavamos abalados porem jamais desistimos de acreditar que havia forças além que fariam com que ele nascesse e que sim sobreviveria a tudo.
    A medicina dizia que não mais a forca dentro de mim dizia que sim.
    Quantas vezes chorei, foram noites sem dormir mais no final deu tudo certo.
    Hoje Victor Richard é uma criança com um rim melhor tendo muitas restrições.
    Mais é um menino lindo, carismático e muito inteligente.
    E sim se depender da mamãe ve do papai você será uma criança com princípios para que num futuro você colha tudo o que plantares.
    Abraços da mamãe Tanara.

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  3. Tanara Lais Ender Nazari29 de março de 2014 às 23:21

    Está é a trajetória de um bebê guerreiro!
    Meu filho, minha vida! !

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  4. Eu me emociono só de lembrar... não existem palavras pra descrever esse sentimento tão grandioso de termos esses anjos em nossas vidas... Meu filho é exatamente TUDO em minha vida... Eu vinha sentindo a tal " contração de treinamento" á dias, eu estava de 39 semanas, e minha cesária marcada pra dia 11/11 e meu pequeno príncipe resolveu vir ao mundo, acordei no sábado com um tiqui pra limpar a casa, fiz uma faxina da quelas, e depois passei o dia inteiro com um dor lombar muito chatinha, e me sentindo muito cansada, pensei que fosse pelo esforço que eu tinha feito. Quando chegou umas 18:00 eu comecei a sentir um pouco mais forte a dor, ai já comecei a reclamar dela. Quando foi umas 20:00 comecei a sentir umas pontadas na vagina, como se fosse um osso abrindo, aquela dor não era nada agradável, mais não era insuportável, eu achei que não era nada, só que foi ficando mais constante, ela dava e passava, direto, a cada 2 minutos, então fui tomar um banho pra ver se aliviava, e não adiantou, me falaram que eu devia ficar em casa pois não era dor de parto, por que se fosse eu berraria de dor, a minha dor não foi tão forte, mas quando era 23:00 resolvi ir para o hospital, chegando lá chamara a médica de plantão, que estava em casa, quando ela chegou me tratou muito mal, me tratou como se eu fosse uma mãe fresca que estava se fazendo por causa de um pouquinho de dor, disse que se me filho fosse nasce eu não estaria só gemendo e sim gritando. Eu só estava com um dedo de dilatação, então ela me deu uma injeção para aliviar a dor ( NUNCA ACEITEM ISSO ) , realmente a dor sumiu, mais minhas contrações não. Eu dormeci e só acordei as 07:00 da manhã, sem nenhuma dor e esperando pra ir pra casa, até que a médica do plantão da manhã chegou, e com muito carinho pra se despedir de mim fez um carinho na minha barriga, e então ela percebeu que eu estava tendo uma contração muito forte, ela resolveu ver a dilatação, e continuava um dedo, então foi escutar o coração do meu anjo, e ai o susto veio, ele estava muito fraco, os batimentos cardíacos dele só diminuiam, quase parado. Meu desespero foi enorme, correram comigo pra sala de cirurgia, e todo aquele processo de anestesia, sonda, tudo me desesperava, devido a outras cirurgias que eu fiz, mas além daquilo escutar eles dizendo que não sabiam como ia estar o meu bebê, meu Deus isso foi horrível, até que as 08:32 da manhã do dia 10/11 meu anjo nasceu, tomou muita água do parto, tiveram que ficar vários minutos sugando de dentro dele, mas graças a Deus ele ficou bem, e quando encostaram ele em mim, e que ele parou de chorar...ah isso eu nunca vou esquecer....desde então minha vida mudou.. Amo ele mais que tudo... <3

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    1. Eu li que muitas mulheres acordam com essa vontade inexplicável de limpar a casa no dia que o bebê vai nascer. Que perigo, a incompetência de um médico! Que bom que hoje ele está aí com saúde! Beijos.

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